A tão discutida Reforma Tributária brasileira começou finalmente a sair do papel, trazendo mudanças estruturais profundas no sistema de arrecadação de impostos. Com implementação prevista a partir de 2026, o setor logístico — essencial para o funcionamento da economia — será diretamente impactado por essa transformação.
Mas afinal, quais são os impactos da reforma tributária para a logística? E como empresas do setor podem se preparar para essa nova realidade?
Nova Estrutura Tributária: O que está mudando?
A proposta da Reforma Tributária, aprovada em 2023, visa simplificar e unificar a cobrança de impostos sobre o consumo. Os principais tributos que serão substituídos são ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins, que darão lugar a dois novos impostos:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal.
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência estadual e municipal.
Essa mudança visa reduzir a cumulatividade, aumentar a transparência e simplificar obrigações acessórias, o que, em tese, deve favorecer a competitividade das empresas. No entanto, o setor de transportes e logística enfrentará um período de transição e adaptações significativas.
Impactos Diretos no Setor de Transportes e Logística
De acordo com especialistas do setor, os impactos da reforma serão sentidos principalmente em três frentes: custo operacional, compliance fiscal e reorganização logística.
1. Redução da Guerra Fiscal e Maior Racionalidade Logística
Hoje, muitas decisões logísticas são tomadas com base em incentivos fiscais regionais. A unificação dos tributos deve acabar com a chamada guerra fiscal entre estados e municípios, permitindo que decisões sobre rotas, centros de distribuição e armazéns sejam tomadas com base em critérios técnicos e logísticos — e não apenas fiscais.
Isso pode aumentar a eficiência da malha logística, com redução de custos e prazos de entrega no médio prazo.
2. Novos Regimes de Crédito e Tributação
O modelo do crédito financeiro adotado pelo IBS e CBS permitirá o aproveitamento de créditos ao longo de toda a cadeia, inclusive para serviços logísticos. Essa medida pode ser positiva, mas ainda existem incertezas quanto à aplicação prática, especialmente para transportadoras que operam em diferentes estados.
Além disso, a alíquota final dos novos tributos ainda não foi definida com precisão. Estimativas apontam para algo entre 25% e 27%, o que pode representar um aumento de carga tributária para empresas que hoje operam com margens reduzidas.
3. Desafios com o Regime de Caixa
Outro ponto de atenção é a adoção do regime de caixa, previsto na reforma. Isso significa que o imposto será recolhido apenas quando o pagamento for efetivamente realizado, o que pode trazer alívio de fluxo de caixa para prestadores de serviços, como transportadoras.
Por outro lado, isso exigirá ajustes nos sistemas de gestão financeira e fiscal, além de novos processos para controle e conformidade com a legislação.
Período de Transição: Como as Empresas Devem se Preparar?
O novo sistema começará a ser implementado em 2026, com um período de transição até 2032, durante o qual os tributos antigos e novos coexistirão. Esse cenário híbrido exige planejamento estratégico por parte das empresas logísticas, que devem:
- Mapear todos os impactos tributários em suas operações.
- Atualizar seus sistemas fiscais e contábeis.
- Treinar suas equipes para lidar com os novos procedimentos.
- Avaliar oportunidades de reorganização logística com base em eficiência operacional.
Além disso, é fundamental acompanhar de perto as regulamentações complementares que ainda serão publicadas, pois muitas regras práticas ainda estão em construção.
A Reforma Tributária representa um marco importante para o Brasil e, embora traga incertezas, também oferece oportunidades relevantes para o setor logístico. Com o fim da guerra fiscal e a simplificação de tributos, empresas poderão planejar suas operações com mais racionalidade e transparência.
No entanto, os desafios são reais e exigem preparação proativa, adaptação tecnológica e revisão estratégica. As empresas que se anteciparem e investirem em compliance, tecnologia e capacitação sairão na frente e estarão melhor posicionadas para prosperar em um novo cenário tributário.
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